Capítulo 10.
John
Aperte o play e leia o capítulo
John passou a noite em claro, olhando para o celular esperando uma mensagem, uma ligação, uma reação da Bê.
NADA! Nenhuma reação!
Ele passava a mão pelo cabelo e lágrimas rolavam do seu rosto. Seus pensamentos viajavam no beijo, nos sentimentos, no momento mais lindo de sua vida. Como ele a amava! Meu Deus, como ele a amava! A vontade de sair correndo ao seu encontro, de contar tudo para ela, de abrir seu coração crescia em seu peito a cada instante! Mas não adiantava! O que ele precisava era falar com alguém! Precisava de ajuda! Precisava esquecer essa garota que lhe tirava o fôlego. Sem pensar muito ele se ajoelhou na beira da sua cama e falou com o único que conhecia tudo o que se passava dentro do seu coração.
"Pai! O que eu fiz meu Pai! Não foi assim que eu aprendi, não foi assim que o Senhor me ensinou. Nós tínhamos que ter orado primeiro, consagrado a nossa vida e relacionamento diante de Ti. Eu te entreguei meu coração no verão quando decidi esquecer a Bê. Confiei este sentimento nas tuas mãos, e acreditei que se a Bethânia fosse a minha escolhida o Senhor se encarregaria de fazer nascer o sentimento nela. Mas eu perdi a cabeça Pai! Quando vi que ela estava gostando de outro cara, não me segurei e tirei pelo menos o que me era por direito! Além do mais ela tinha me prometido! Ela me fez sonhar! Pai, que turbilhão de sentimentos são estes? Raiva que ela não gosta de mim, encanto pelo sentimento de te-la em meus braços. Ah, Pai! Como eu queria te-la como esposa. Eu a honraria todos os dias da minha vida, assim como a sua palavra me ensina."
Lagrimas rolavam pelo seu rosto e John caiu em prantos no chão do seu quarto!
"Me ajude Pai! Me ajude! Eu quero te conhecer melhor! Entender o que o Senhor tem reservado pra mim. Eu preciso me encontrar em Ti! Até hoje na minha cabeça o meu futuro era ser esposo da Bê! Ter um bom trabalho! Montar uma família bacana como a minha. Estou perdido! Me ajuda! Me diga o que fazer…"
Em meio as lágrimas John ouviu uma voz tão mansa e suave que penetrou seu coração.
— Meu filho! Como é bom ouvir que você quer me conhecer! Tenho aguardado ansiosamente por este dia onde este desejo fosse despertar em você! Tenho muito a te ensinar. Ás vezes é preciso sair do meio da família, dos amigos, do dia a dia para descobrir quem realmente somos. Você vai entender quem você é em mim. Vai descobrir o que é amar de verdade! Te aguardo meu filho!
— Deus??? — John levantou desesperado tentando encontrar de onde vinha a voz que ele havia escutado. Será possível? Será que Deus fala assim com seus filhos? Tudo bem que já li na bíblia que era assim, mas será que até hoje Ele fala assim?
— John? — a voz de sua mãe veio acompanhada de uma leve batida na porta. O seu rosto se revelou com o abrir da porta. Olhos inchados e um sorriso de deixar qualquer filho derretido de amor.
— Mãe! Você está chorando de novo? —John veio até ela e a abraçou.
— Sim, meu filho estava falando com Deus! Entregando a sua viagem nas mãos dEle. Só assim meu amor eu fico mais tranquila. — lagrimas começaram a descer dos seus olhos.
— Mãe, você é a melhor mãe do mundo viu! — John falou ao dar um beijo na testa de sua mãe. Ele estava maior que ela, realmente o tempo voa. Alguns anos atrás o colo dela era o seu lugar de segurança e agora ele estava maior que ela.
— Pelo visto eu não sou a única que estava chorando. — ela indagou ao se sentar na cama do John.
— Pois é mãe, estava aqui fazendo a mesma coisa que você. Entregando meu futuro nas mãos de Deus.
— Que bom meu filho! — ela se levantou passou a mão sobre o seu rosto e disse:
— Não há melhor lugar para colocar o nosso futuro, agora pegue as suas coisas que seu pai já esta indo para o carro. — o beijou no rosto e caminhou em direção a porta.
— Mãe? — John tomou coragem pra perguntar.
— Sim?
— É possível alguém ouvir a voz de Deus? Tipo audivel aos ouvidos humanos?
— Meu filho, nada é impossível para Deus. Ele tem várias formas de falar com os seus filhos. Ele sempre tem uma forma incrível de se comunicar. — ela respondeu ao sair pela porta.
— Te amo dona Ana, por favor nunca se esqueça disso. — ele falou mais alto para que ela pudesse escutar.
— Eu também te amo, meu filho! — ela respondeu em voz alta e dava pra ver que ela já estava longe.
John pegou as malas e foi em direção a porta e antes de sair suspirou e disse:
— Deus! Espero ter sido você mesmo, porque eu realmente estou precisando dar uma virada em minha vida!
