Capítulo 11.
Bethânia
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— Bê, vamos logo! — minha mãe gritou da janela do carro.
Eu abracei as meninas mais uma vez. Mais uma semana sem essas loucas em minha vida, só por telefone.
— Vou sentir saudade de vocês! — falei ao apertar os meus braços ao redor das únicas que me entendiam no mundo!
— Nós também! Agora por favor juízo esta semana heim?! Nada de tomar decisão precipitada. Você viu o que o pastor falou hoje no culto neh? Temos que ter o "okay" de Deus antes de decisões importantes. — Lucy falou ao colocar as mãos no meu rosto.
— Isso mesmo! Não faça nada sem consultar a Deus e claro suas amigas!!! Pelo amor em Bê! DETALHES! Eu quero detalhes de tudo! Uma mensagem por minuto se possível. Se o menino piscar, eu quero uma mensagem me dizendo que ele piscou! — Rita falou ao levantar o celular na frente do meu rosto.
— Rita! Rita! Você não tem jeito! — falei ao dar mais um abraço e ir para o carro.
— Amo vocês! — gritei da janela.
Chegamos rápido em casa, conversamos sobre o jantar da empresa do papai e sobre o meu final de semana, claro que o mais importante ficou bem guardado no meu coração. Dei um beijo nos meus pais e subi pro quarto porque não via a hora de ficar sozinha.
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Depois de um longo banho, me deitei na cama e minha mente viajou no meu primeiro beijo. Nem acredito que foi assim. Uma tristeza invadiu meu coração. Sempre imaginei que se beijasse o John ele iria ser pra sempre meu, como se um beijo fosse o suficiente pra ele se apaixonar por mim.
Passei a mão sobre o celular. Tinha certeza que ele ainda estava acordado, tento segurar a vontade de ligar pra ele. Ele não me ligou! Nenhuma mensagem! Eu não ia ligar! Mesmo que tudo dentro de mim me impulsione a ligar. O medo de ligar e tudo terminar entre nós falava mais alto do que a vontade de ouvir a sua voz. Se eu ligar pra ele provavelmente vamos entrar no assunto do beijo. Ele vai me machucar de novo, eu não posso voltar atrás. Já decidi… vou esquece-lo.
Fechei os meus olhos e entrei em um profundo sono. Em meus sonhos uma mistura de um amor escondido pelo John e uma nova aventura com o Mark. No sonho algo tenta me impedir de ir até o Mark. Mas, eu não resisto e me entrego a uma paixão proibida onde olhos verdes me fazem sorrir.
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Tomei café em casa porque queria demorar o máximo que pudesse no armário da escola. Pra alegria da minha mãe hoje eu estava faminta, deveria ser porque não consegui comer muito bem ontem.
— Pronta Bê? — minha mãe entrou na cozinha toda empolgada com roupa de ginastica.
Sem conter o espanto em meu rosto, dou uma risada extravagante e pergunto pra ela…
— Você vai malhar? Desde quando surgiu este interesse de ficar em forma?
— Aff, deixa de bobeira! Só tenho paciente hoje a tarde e com o novo trabalho do seu pai nós temos o beneficio de ser membros da melhor academia da cidade. Vamos logo e para de rir de mim! — ela fala ao virar e ir saltitante em direção ao carro.
Virei o olho ao tentar disfarçar a risada que ainda rolava em alto som dentro de mim. Minha mãe malhando… essa é nova.
No carro chequei o celular pra ver se tinha alguma mensagem do John. NADA! Não é possível! Será que ele está me ignorando? Balançei a cabeça ao escrever no celular.
Bê: Oi John… curiosa pra saber como você está. E a família nova? Gostou. :,( Saudades!
Apertei o botão pra enviar e viajei no beijo. Não sei nem o que falar com ele sobre o que aconteceu. O jeito e esperar pra ver se ele vai tocar no assunto.
— Pensando no John?
Uau, minha mãe realmente tem o sexto sentido aguçado. Sempre acerta o que eu estou pensando!
— Sim. Estou curiosa pra saber como está em Albany.
— O John realmente é muito corajoso! Mas, por um outro lado isto será maravilhoso para seus créditos com a faculdade.
— Sim. — respondo com a voz quase sumindo.
— Três meses passam rápido Bê. Quando ele chegar vê se você toma coragem de falar pra ele o que realmente você sente por ele. Quem sabe vocês entram em oração quando ele fazer 18.
— Mãe por favor! Vamos deixar essa história de namoro com o John de lado. A maioria das mães ficariam loucas só de pensar que suas filha de 15 anos gosta de alguém.
— Você esqueceu que sou psicóloga? Sei que por mais que eu ache cedo demais, faz parte da fase de adolescente se apaixonar. E eu não quero que você esconda as coisas de mim, quero que você confie em mim. Quero te ajudar durante esta fase complicada na sua vida. Aliás, o John é um garoto que teme a Deus, o conhecemos a bastante tempo e conhecemos o seu coração. Se fosse qualquer outro garoto seria 100 vezes mais difícil. Bem, você já vai fazer dezesseis em 3 semanas… já pensou no que quer fazer? — ela pergunta ao mudar de assunto.
— Peraí! Então se eu me apaixonasse por um outro garoto você teria problema? — perguntei porque nunca falamos sobre isto antes.
— Seriamos bem mais reservados com certeza. Bê, eu sei que você vive mais da metade do seu dia em um ambiente com pessoas que não tem a mesma fé que você. Você precisa entender que as pessoas quando não conhecem a Deus em intimidade, tem uma tendência a não respeitar os princípios de Deus. Seria arriscado namorar alguém que não tem os mesmos valores que você, entende? E outra eu não falei que você e o John iriam namorar, aliás, nem usamos este termo mais, vocês iriam orar entendendo que um seria do outro no tempo certo, porque agora não é o tempo certo pra essas coisas. Confie em mim Bê, eu já vivi mais tempo, eu sei!
— Ahhhh… virgindade! Tinha que ser. Você acha que eu não vou ser forte o suficiente pra manter minha virgindade! Sério mãe… isso é muito antiquado.
— Bê… você é muito nova e pode não entender o porque somos reservados quanto a este assunto. Entenda que só queremos o melhor pra você minha linda, jamais desejamos outra coisa a não ser o melhor pra você. Não queremos ver você sofrer. — ela falou ao estacionar o carro na frente da escola.
Joguei o celular dentro da bolsa sem nem checar se o John tinha respondido, dei um beijo na minha mãe e abri a porta pra sair quando ela me puxou em seus braços e me abraçou com bastante intensidade.
— Por favor Bê, entenda! Eu te amo e so quero o melhor pra você!
— Obrigada mãe! Eu entendo! — respondi ao dar outro beijo e desta vez sair do carro.
Não acredito nisso! Agora que o Mark surgiu na minha vida, meus pais decidiram não aceitar namoro fora da igreja! Era só o que faltava! Eu acho que sou grandinha o suficiente pra saber falar não pra alguém.
— Acho melhor focarmos no faculdade de medicina e esquecer de meninos por um tempo!
Mas é claro que minha adorável e insistente consciência tinha algo a dizer, ignorei o pensamento e foquei em meu alvo - Mark.
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Assim que cheguei no corredor meu coração pulou uma batida! Sério! Ao lado do meu armário estava Mark. Minhas pernas bambearam na hora! Para o ônibus que quero apreciar essa beleza na praça. Até minha amiga intima desmaiou. Esse menino só pode tá de brincadeira comigo, só pode! Ao chegar perto dele, ele soltou aquele sorriso que pegou o que restava do meu fôlego e jogou na praia.
— Oi Bê…leza! — ele falou com um risadinha no final da sua brincadeira.
— RESPIRA BETHÂNIA! Respira pelo amor de Deus!
Recuperei a consciência diante do grito desesperado da Bê interior! Ainda bem que tenho minha consciência pra me fazer voltar ao normal.
— O..o..oi! — minha voz saiu, só que não.
Aiiii que raiva deste gaguejar chato que resolveu se infiltrar na minha vida. Dei aquele sorriso sem graça para o Mark e senti o calor subir no rosto! Pronto!!! Só faltava isso pra completar a festa… eu com cor de beterraba! Tipo Avatar com erro de configuração!
— Ha! Gostei dessa! — a linda da Bê ao quadrado quase cai de rir de mim. Aff, estava rolando uma festa super agitada em meu cérebro, era tanto sentimento de vez que me deixava tonta.
— Uma moeda pelos seus pensamentos!
Mark falou ao encostar a testa dele na minha e tirar o resto de chão que existia debaixo dos meus pés.
Fechei os olhos pra tentar me equilibrar melhor, porque olhando naquela piscina esverdeada seria impossível. Respirei fundo e decidi falar a verdade.
— Eu não consigo controlar muito o que penso quando estou ao seu lado! É um território desconhecido pra mim.
Ele segurou no meu queixo me forçando a olhar dentro dos seus olhos. Meu coração pareceu cair de uma prédio de 50 andares. O olhar do Mark me deixava sem rumo.
— Eu não parei de pensar em você um só minuto nestes últimos dois dias! Se tem alguém que não consegue controlar os pensamentos aqui sou eu. Nem longe eu consegui parar de pensar em você Bê!
Eu fiquei sem saber o que falar. Muda! E dentro de mim surgiu uma pergunta… Porque o John não pode gostar de mim assim? E uma tristeza enorme tomou conta do meu peito.
— Eu tenho uma proposta pra te fazer. — Mark falou com um sorriso enorme.
— Okay… — eu falei ao tentar disfarçar a tristeza do tom da minha voz.
— Vamos tirar o dia pra nos conhecer melhor. Eu vim de carro hoje e quero te levar em lugar especial. Te prometo que você está de volta antes do último sinal bater. Por favor Bê! Eu preciso entender esse turbilhão de sentimentos dentro de mim. Eu preciso te conhecer melhor.
Encostei no armário! Que proposta! Minha mãe me esgana!
— Não Bê! Esganar é pouco! Ela te manda pra uma escola interna no Alaska! Você tem que falar NÃO! Entendeu… NÃO!
Senti um frio na barriga. Eu também queria conhecer o Mark. E a aula hoje nem é tão importante assim. Nem seria a primeira vez que eu matava aula! Apesar que na minha mente a Bê estava me olhando com cara de gorila selvagem e com uma vara de todo tamanho na mão… a ignorei. Não vou deixar minha consciência mandar em mim. Ah, pensei em nome naquele momento pra ela, inter-Bê. Inter de interior e intrometida!
— Não gostei! E faz um favor de dizer não! Este negócio já está começando errado! Vai mentir pra todo mundo agora é? Acha que Deus se agrada disso é?
Fechei os meus olhos e por mais que eu soubesse que ela estava certa, resolvi pela primeira vez na minha vida fazer uma loucura. Nem ia ser tão louco assim, eu só ia sair DURANTE O DIA com o Mark.
— Depende do lugar… — falei e estranhei a coragem súbita! Mas, eu precisava viver novas experiências se queria apagar de vez este amor sem saída que sentia pelo John. E lá estava a maldita tristeza apertando meu coração de novo.
— Central Parque em Manhattan. Se sairmos agora em trinta minutos estaremos lá.— ele segurou na minha mão e deu um beijo nela sem tirar os olhos dos meus.
Como dizer não pra este olhar! Impossível!
— Viu, você não sabe dizer não, não está pronta pra namorar… muito menos pra sair por ai com um garoto que você conheceu praticamente ONTEM!" — A inter-Bê estava se descabelando, mas eu não estava nem aí, o menino estava me chamando pra ir no parque… não pra um bosque escuro. Quanto desespero por algo tão pequeno.
— Tudo bem! Vamos! — dei aquele sorriso sem graça que sai quando eu estou nervosa. Já ele abriu aquele sorriso que me tira o chão e me abraçou. Fiquei sem rumo por uns instantes, mas me recuperei.
— Me da só um minuto… deixa eu mandar uma mensagem paras as minhas amigas, só pra ficar mais segura que você não vai me raptar ou algo parecido! — falei ao soltar uma gargalhada!
— Aí Bê, só você mesmo! Imagina! Se eu fosse te raptar eu jamais iria te pedir permissão!
Ele soltou uma gargalhada contagiante. Ele estava feliz! E eu também estava! Eu acho! Simplesmente contagiante.
Bê: Meninas, não posso dar detalhes agora. Mas, hoje vou matar aula pra ir no Central Parque com o Mark. o_O ! Sério! É hoje que eu esqueço minhas desilusões e me entrego a um novo amor! :) Assim que der mando mais noticias. Ahhhh Rita… ele piscou! E eu derreti de tão lindo que Ele é! Alguém me abana aí por favor… kkkkkk bjos
— Pronto! Agora alguém sabe que eu estou com você! Vamos?
