Prólogo
Ele segurou forte no meu braço, eu não o reconhecia. Tudo nele estava diferente. Ele me puxou pelo caminho ao falar palavras emboladas, eu não conseguia entender nada. Ele estava furioso e eu não sabia o motivo. De repente, ele parou e encarou-me com ódio.
— Quer saber? Que se dane! Vou ter o que quero AGORA!
Eu gelei! Perdi a noção dos sentidos e tudo ficou embaçado e abafado. Ele não falou o que faria, mas de alguma forma já imaginava. Um desespero tomou conta de mim e sugou o ar dos meus pulmões… eu não conseguia respirar. Ele me arrastou para fora do caminho e quando dei por mim ele me jogou contra uma árvore e uma dor cortante tomou conta de mim. Eu não tinha reação, era como se estivesse travada. Procurava minha voz pra gritar e não encontrava. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Como vim parar aqui? Quem era esta pessoa diante de mim?
Um terror começou a tomar conta do meu corpo e sentia um líquido quente descer pelo meu rosto, lágrimas, eu tinha certeza. Precisava reagir, precisava correr, precisava gritar, mas eu estava presa. Presa dentro do meu próprio corpo! Tudo acontecia como em câmera lenta.